• 01.05.2015
    Postado por Rachel Rosemberg

    O site do aclamado jornal novaiorquino The New York Times postou uma nova matéria falando sobre Gigi. Dessa vez foram comentadas as alterações e atualizações feitas no musical para torná-lo acessível aos dias de hoje. Leiam abaixo a matéria de Anita Gates traduzida por nossa equipe:

    Filmes musicais da década de 50 me assustam. Justo quando eu estou super envolvida nas roupas e cenários lindos, gloriosos números musicais de Rodgers e Hammerstein e Lerner e Loewe, alguma situação socialmente bizarra acontece e me lembra de como as coisas mudaram drasticamente com o passar do tempo.

    Eu costumava adorar esses filmes, mas a cada ano fica mais difícil achar graça nesse ar de menininha em que Louis Jourdan em “Gigi” atravessa ruas, parques, pontes e fontes de Paris, declarando sua epifania sobre a garota de 15 anos de idade que dá nome ao título. “Eu estou muito perto? Ou muito distante?” Jourdan, como o entediante bom partido Gaston Lachaille, canta em aparente torpor (Basicamente, ele acaba de descobrir que garotas têm seios).

    Sendo assim a recente chegada de três dos sucessos de Hollywood mais tecno-coloridos da década de 50 à Broadway (“Gigi”, “An American in Paris” e “The King and I”) me deixaram ansiosa. Sinceramente, todos os três tem questões perigosas do século passado – principalmente sexisimo, com uma dose de pedofilia e colonialismo. Tudo podia dar muito errado. Mas na hora em que ouvi Corey Cott como Gaston cantando “Gigi”, a música do título, eu soube que tudo tinha dado bem certo. Com um trabalho minucioso e sofisticado, artistas com uma sensibilidade do século 21 fizeram sua mágica, mesmo que algumas mudanças tenham sido mais efetivas que outras.

    Eu acho que a equipe por trás de “Gigi”, estrelando Vanessa Hudgens, estão cansados de ouvir as reclamações sobre as mudanças que eles fizeram. Mas eu assisti o vencedor do Oscar de 1958 recentemente – sem falar nos filmes de An American in Paris (1951) e The King and I (1956) – e fui levada a acreditar que eles ressucitaram um material que seria quase impossivel recriar atualmente.

    O novo “Gigi” tira “Thank Heaven for Little Girls” do personagem praticamente idoso de Maurice Chevalier e entrega para a avó Mamita (Victoria Clark) e tia Alicia (Dee Hoty), que transformam num lamento sobre o curso da natureza e a infância. Eles só ajustaram a idade de Gigi um pouco acima e a de Gaston um pouco abaixo, repaginando-o como um cara menos arrogante. Na verdade, o Gaston de Cott até dá uma risada embaraçosa de vez em quando.

    Mesmo assim a maior mudança de todas me deixou perplexa. “Gigi” é, vamos aceitar, a história de uma adolescente inocente que está sendo criada pra ser cortesã. Supostamente a audiência repressora daquela época podia aceitar isso – ei, essas pessoas eram francesas e viveram há muito tempo atrás. Na sua review para o The New York Times em 1958, Bosley Crowther descreveu o filme como “todo um espírito bom, atrevido, romântico e divertido.” Então é desafiador ouvir Sra. Clark falar pra irmã dela “Não vejo sinais de que Gigi quer esse estilo de vida.” No filme, Hermione Gingold, como Mamita, praticamente sai cantarolando pela cidade inteira pra comemorar a aliança entre Gigi e Gaston.

    Pelo menos a peça mostra as negociações de Gigi como motivo de piada, com um número musical com o palco cheio de advogados com roupas idênticas, que chegam com uma proposta de um apartamento de 5 cômodos (com serventes e um carro, é claro). Alicia, mostrando sua coleção de joias, acidamente aconselha Gigi a conseguir a melhor barganha. “Espere pelas joias de primeira classe, Gigi”, ela diz. “Insista em seus ideais”.

    O que Gigi também parece se opôr nos negócios da família, além das obrigações sexuais, são as formalidades bobas – como se sentar graciosamente, tomar chá perfeitamente, escolher um cigarro para seu amor. No filme, quando vemos Leslie Caron, como Gigi, saindo com Gaston no primeiro encontro amoroso deles, nós vemos uma mulher que a alma está morrendo.

    Quando Jourdan mais tarde pede a mão de Gigi em casamento, preservando a honra dela até a última hora, a idade entre eles faz disso uma benção um pouco confusa. Quando o Gaston de Cott faz o mesmo, seu estilo masculino mais contemporâneo acerta em cheio.

    Tradução exclusiva do Vanessa Hudgens Brasil, se pegar nos dê os devidos créditos.

    Categorias: Broadway, Gigi, Notícias, Teatro
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