Vanessa estampou a capa de Fevereiro da Nylon Magazine, nos Estados Unidos e na Coréia. Agora, o site da revista disponibilizou a matéria digital. Confira abaixo a tradução exclusiva feita pela equipe do Vanessa Hudgens Brasil:
O mundo é da Vanessa… E nós estamos apenas vivendo nele
É um longo fim de semana, o que significa que não tem época melhor pra se acomodar no sofá e ler (ou reler!) nossa capa de fevereiro com Vanessa Hudgens. Nessa nova edição, a atriz se abre para a editora executiva da NYLON, Ashley Baker, sobre o desafio de ser levada a sério, lidar com os haters e os novos (cuidadosamente pensados) passos de sua carreira. Cheque a entrevista inteira a seguir e veja ainda mais de Vanessa na galeria.
O som ensurdecedor que ecoa numa academia com bicicletas ergométricas a luz de velas em Williamsburg, no Brooklyn, foi tão remixado, remodelado e digitalizado que é difícil de imaginar que esses sons foram feitos por humanos. “três minutos!” anuncia o instrutor, referindo-se ao tempo restante desde o inicio da atividade, mas Vanessa Hudgens já passou orgulhosamente da primeira etapa. Ela usa um conjunto aerodinâmico todo preto, o cabelo liso desajeitadamente preso num rabo de cavalo alto, e senta-se com o guru do dia, Anthony, um cara musculoso tipo Club-Kid com a metade da cabeça raspada e unhas vampirescas. Hudgens está em sua bicicleta, pedalando furiosamente, olhos fechados e em transe, balançando sua cabeça tipo “Isso é tão bom!”. Como a letra de Thomas Jack, Booka Shake’, aponta, Anthony ordena “de pé!” e ela apoia as mãos na barra, as pernas ainda mais torneadas do que antes. Esse é o lugar de felicidade dela.
É assim a sessão de 45 minutos de puxa, pula e empurra em que tudo, improvavelmente, acontece enquanto ela pedala. A performance de Hudgens é tecnicamente correta e personalizada com a interpretação da coreografia de Anthony. “Eu tenho considerado me inscrever pra ser instrutora, mas não como um emprego”, ela diz. “Só pela diversão. Mas acho que meu empresário não iria gostar disso”. Sob a baixa iluminação do vestiário unissex, até os alunos mais parados da academia estão suados, mas depois de uma esfoliada no rosto, Hudgens está pronta para ir almoçar. Eu ofereço meu creme hidratante. “Posso pegar um pouco?” um cara de 40 e poucos anos pergunta jogando charme pra Vanessa. Mesmo que não seja exatamente dela pra emprestar, ela sorri enquanto veste um suéter cinza, sobretudo preto e botas até os joelhos. Do lado de fora da antiga industrial, agora domiciliar, avenida Kent, perto do apartamento do namorado dela, Austin Butler (ator de The Carrie Diaries), a tarde está nublada e cinza, e flocos de neve estão caindo levemente.
Depois de passar por um lugar que vende barras de chocolate com sabores originais por 10 dólares, Hudgens entra num centro de yoga, onde gosta de almoçar. Tem uma manta acolchoada perto do balcão de sucos onde nós deveríamos sentar, mas eu não faço nada porque ainda não estão servindo. “Eu sei de outro lugar”, ela promete, guiando-me até um pequeno restaurante vegetariano chamado Bliss. É quase noite, mas o local está cheio de trabalhadores ocasionais, e a única mesa disponível é uma suspensa perto da cozinha. “Eu amo refresco, me deixa tão relaxada”, diz Hudgens, se acomodando e pedindo um, junto com uma porção de kale, arroz integral e seitan. A apreciadora de sucos verdes naturais hippiesna minha frente não é a versão mais conhecida de Vanessa Hudgens. Essa seria a rainha da Disney com mais de 2 milhões de seguidores no Instagram, declarada amante de selfies (“Sou eu sendo girly”), que teve uma festa de aniversário de 25 anos com tema de Hollywood retrô, a garota propaganda da Bongo, e com um passado romântico angustiante com seu colega de elenco de High School Musical, Zac Efron. Reinventar a própria imagem é meio que um emprego de tempo integral.
A atual onda de mudança na sua imagem começou na última primavera, quando Hudgens estrelou a ousada trama assassina de 2013 dirigida por Harmony Korine, Spring Breakers, que você vai amar (se tem menos de 35 anos) ou odiar (se assiste The View). “Cada um ouve o que quer”, ela diz sobre a repercussão de Spring Breakers. “Se você não conhece algo, esteja aberto a possibilidades. Se você não gosta de mim, eu não ligo.” A performance de Hudgens em seu novo filme, Gimme Shelter, vai silenciar as criticas que diziam que ela só queria contrariar certos valores em Spring Breakers. Como Agnes “Apple” Bailey, Vanessa interpreta uma adolescente grávida que larga a casa em que foi criada – uma espécie de motel – para tentar sobreviver nas ruas.
“Foi a primeira vez que eu realmente saí da minha zona de conforto, física e materialmente” Ela disse. “Eu tenho um pouco de medo de mim mesma quando assisto” Gimme Shelter é baseado em histórias de mulheres jovens que vivem em Several Sources, um abrigo para mães precoces em Nova Jersey, que foi a casa de sua fundadora, Kathy DiFiore. Ron Krauss, o escritor e diretor do filme, passou um ano vivendo com as moradoras e seus filhos enquanto escrevia o roteiro. “A princípio eu queria alguém desconhecido para o elenco. Eu não acreditava que um ator de Hollywood seria capaz para esse papel.” Ele disse. Quando Hudgens fez o teste, ele admitiu que não conhecia o glorioso trabalho dela na Disney. “No final das contas, eu escolhi umas 15 ou 20 atrizes, algumas desconhecidas, num avião para conhecer as garotas que realmente viviam no abrigo, só pra confirmar minha ideia por escolher Vanessa”.
“Elas não sabiam quem ela era, mas também demonstraram preferência por ela; se identificaram.” Como pesquisa para o papel, Hudgens passou duas semanas no abrigo, cortou o cabelo e ganhou 17 quilos, ela jura, comendo vigorosamente carboidratos e massas. (ela perdeu isso tudo, provavelmente graças a refeições saudáveis como essa). Muitas jovens de Hollywood educadamente recusariam essas condições, mas Hudgens, de todas as maneiras, é apaixonada por trabalhar diante das câmeras. “Eu amava olhar no espelho e me ver com cabelo curto, pele maltratada e tatuagens” Ela diz, brincando com o pingente de diamante em seu colar.
“Quanto mais feia eu ficava, mais comprometida eu estava internamente” interpretando a mãe drogada de Apple, Rosario Dawson testemunhou a metamorfose de Hudgens em primeira mão. “Eu estou realmente quase perplexa apenas com a intensa experiência que [o filme] é” ela disse. “É uma performance muito real e muito dura” Dawson coincidentemente tem o mesmo empresário que Vanessa, então as duas se encontraram várias vezes antes das filmagens começarem, e ela ficou sabendo sobre Gimme Shelter quando o trio estava chegando em Cannes num jatinho particular. “Ver Vanessa se acabar e se cortar foi doloroso. Mas estou satisfeita que ela quis e foi capaz de fazer isso. Você vê algo como High School Musical e é muito fácil de pensar que talvez aqueles garotos nunca fariam algo assim. Vanessa tem sido muito clara e específica sobre querer ser uma ótima atriz, e você pode ver esse comprometimento no trabalho dela.”
Krauss, por sua vez, acredita que nunca conheceu de verdade sua protagonista. “Ela estava sempre sendo a personagem”, ele conta. “Eu nem cheguei a chamá-la de Vanessa enquanto estávamos filmando, era sempre a Apple.” Meses depois, eu li essa notícia online sobre Vanessa fumando um cigarro e brigando com algum paparazzi. E eu pensei “Meu Deus, ela ainda está na personagem! Deve ter levado um tempo até ela conseguir voltar ao que era.” Arrastando os legumes pelo prato, Vanessa reflete sobre sua imagem. “Eu não acredito que seja algo tipo ‘good girl gone bad’ (garotas boazinhas ficam más, em tradução livre)” ela diz, sobre inesperada cena de sexo embaixo d’água (com os colegas de Spring Breakers, Ashley Benson e James Franco).
“Eu acho que é mais pra uma garota se tornando mulher, sendo passional e aproveitando oportunidades. Eu tenho tanto a fazer, e acho que sempre vou me sentir assim. Tem essa citação ‘Uma inquietação divina que nos impulsiona’ e eu acho que pra mim vai ser sempre assim. Sim, vou só continuar me esforçando e tentar ser cada vez mais verdadeira com o que eu quero, mas é sempre um desafio.” Sua vida religiosa também está sofrendo transformações. “Eu cresci católica, e depois realmente me afastei disso, e pensava ser ateia.” Ela explicou, terminando as ultimas mordidas de seu kale. “Depois eu comecei a me abrir espiritualmente e ver magia e beleza por trás de tudo. Bem recentemente eu passei a ir a igreja e a construir esse relacionamento. Tem sido a experiência mais impactante e linda que aconteceu comigo.” Ela frequenta a Hillsong, uma megaigreja pentecostal com congregações em Sidney, Kiev, Cape Town e New York.
“Eu sei que os planos de Deus pra mim são maiores que qualquer coisa que eu poderia planejar pra mim mesma” disse Hudgens. “Me permite não me preocupar com o futuro ou com o que as outras pessoas pensam, e apenas estar presente e aproveitar e tentar brilhar o máximo que eu puder.” É possível que ela seja tão bem resolvida por não ter medo de ser todas as coisas pra todas as pessoas. Quando ela está no Coachella, com trajes despojados e coroa de flores, Hudgens parece invariavelmente boêmia. Quando ela está descrevendo seu ménage a trois nas telonas como “apenas a coisa mais estranha de todas” para o Jimmy Kimmel, com unhas douradas brilhando enquanto ela gesticula adoravelmente, ela é a fantasia masculina perfeita. Um certo caso: “Certa noite em Cannes, nós fomos a todas essas festas diferentes, e dançamos até amanhecer”, relembra Dawson. “Foi uma dessas noites épicas que você acaba dormindo o dia inteiro, exausta e fechando as cortinas como um vampiro. Nós estávamos andando rastejando de volta para o hotel pela manhã e havia todos aqueles paparazzis, e não era a melhor aparência pra nós, a maquiagem saindo, cabelo bagunçado, pés podres de andar descalças até o hotel…”
Após se oferecer pra pagar a conta, Hudgens se escondeu em seu sobretudo e deu duas voltas com o cachecol em seu pescoço. Enquanto ela saía da lanchonete e abria caminho pela multidão na Avenida Bedford, a principal de Williamsburg, a luz do sol parecia estar desaparecendo do céu. Quando perguntei o que está em seu horizonte, Vanessa anuncionou: “Tem uma grande comédia chamada The Kitchen Sink, que concentra adolescentes de cidades pequenas (Hudgens, Ed Westwick e Chris Zylka) que estão lutando contra um atentado de zumbis/vampiros. Foi bem obscuro.” Ela disse, acrescentando que sua personagem é meio hippie. “Mas aí a vida dela sofre uma reviravolta e ela se transforma em uma Vixen encantada.” Parece familiar.
Reveja a sessão fotográfica realizada por Aaron Richter clicando em qualquer miniatura abaixo:
Tradução exclusiva do Vanessa Hudgens Brasil. Não copie sem dar os devidos créditos!
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