• 21.04.2015
    Postado por VHBR

    Traduzimos mais uma review (crítica) à “Gigi”. Dessa vez, publicada pelo site Huff Post, feita pela jornalista de entretenimento Cara Joy David, em que defende o musical e Vanessa de alguns comentários negativos feitos.

    Confira a mesma traduzida exclusivamente por nossa equipe abaixo:

    Em apoio à Gigi, entretenimento e Vanessa Hudgens

    Eu não sou uma crítica. Sempre pensei que eu seria ruim nisso – algumas coisinhas me incomodam perfeitamente, ou as vezes nem um pouco, dependendo do meu humor. Eu tenho um gosto contraditório. Mas a única coisa que eu nunca teria é preconceito. Sim, eu me interesso numas coisas mais do que em outras, geralmente baseado no que as pessoas falam, mas nunca disse nada tipo “Ela é horrível”, antes de assistir um espetáculo.

    No último outono, fiquei triste que a comunidade da Broadway pareceu relutante em apoiar The Last Ship (antes mesmo das performances começarem) por causa de algumas noções pré-concebidas. Nessa primavera, eu vim pra defender outro musical que eu acho que as pessoas tiveram ideias muito infundadas sobre Gigi.

    Vanessa Hudgens. Muitas pessoas da idade da minha mãe não tem ideia de quem ela é. Quando eles descobrem, não ficam felizes. “Um ator de verdade não podia fazer esse papel? Porque não escolheram alguém da Broadway?” Isso é algo que eu ouço há anos sobre muitos atores de Hollywood que se atrevem a dar o ar da graça num palco musical. Christina Applegate foi uma ótima Charity, melhor que Charlotte d’Amboise, minha primeira Roxie Hart favorita e com uma performance no palco mais do que sólida. Mas milhares de pessoas que nem assistiram Applegate já a rotularam de horrenda. (E tiveram aqueles que a assistiram e apenas não gostaram dela, o que é totalmente ok. Pra eles mesmos.) A comunidade da Broadway não gosta de intrusos nos musicais. Eles consideram os musicais um gênero “dos nossos atores”, pessoas que talvez não tenham uma fama nas telonas, mas fazem um excelente trabalho como atores que cantam. O que acontece quando uma dessas pessoas se sai mal? Protegemos ela. Laura Benanti – a queridinha dos críticos e uma grande estrela da Broadway – teve uma apresentação abaixo do esperado em The Wedding Singer. Escolhida por algum equívoco e encaixada como coadjuvante, sua performance mostrava que ela não queria estar lá (e com frequência ela coincidentemente não estava). Eu falei com vários críticos depois da performance pra imprensa que disseram coisas do tipo “O que está errado com ela?” Mas alguém escreveu isso? Não. Agora, Wedding Singer geralmente é tido como medíocre e não tem como separá-la disso. Mesmo assim eu ainda me surpreendo com quantas pessoas falam algumas coisas pra mim logo depois de lê-las superficialmente em reviews. E ainda mais quando aparece alguém de fora, toda a comunidade imediatamente tem uma certa cautela. Eu sempre pensei diferente – Eu quero que os atores da Broadway trabalhem, mas eu também vejo a vantagem de atrair um novo público para o teatro. Então eu passo a querer apoiar esses que vem de fora, porque eu espero que eles tragam pessoas que normalmente não iriam assistir um espetáculo da Broadway mas podem ser fisgadas.

    Eu fiquei prazerosamente surpresa com como Hudgens tem uma clara alegria e vivacidade. Ela obviamente quer estar ali. Eu discordo daqueles que a acharam unidimensional. Sim, ela parece ansiosa e um pouco assustada em boa parte da peça, mas eu senti sua emoção e profundidade em alguns pontos. Todos tem direito de ter sua própria opinião – e muitos genuinamente não gostaram da Applegate – mas eu tenho essa pequena suspeita de que algumas reviews seriam um pouco mais gentis se uma atriz de teatro desconhecida fizesse a peça. Fiquei feliz em ver algumas críticas que aceitaram ela.

    A peça em si também parece ter desapontado aqueles que estavam esperando assistir uma cópia do filme. Eu entendo isso. Quem não ama o filme de Gigi? Eu já vi dúzias de vezes, e é o filme musical favorito da minha amiga Devika. Mas se você quer assistir o filme no palco, não vá pra uma peça que toda equipe fez questão de promover como uma adaptação de um livro novo. Quando eu fui assistir eu sabia que não seria o filme de Gigi numa versão pros palcos. Eu não esperava que fosse todo francês – ninguém envolvido é francês. Diferente de An American in Paris, que fizeram teste em Paris, essa produção parece totalmente americana, apesar do cenário e do pôster. Essa informação me ajudou. Agora, vão ter aqueles dizendo que quem vai assistir Gigi quer ver a Gigi que eles conhecem, mas no mundo das adaptações isso simplesmente não é um argumento válido. Eu queria que fosse, honestamente, mas não é.

    É claro, você quer que os personagens sejam aqueles que você conhece. Nesse sentido, a decisão de ter um Gaston mais novo (Corey Cott), muda completamente a dinâmica central da história. Eu não gostei disso. Pra começar isso era a substância da história, e sem esse elemento parece que evaporou numa história de amor qualquer entre dois jovens confusos. E eu não concordo com algumas decisões do diretor Eric Schaeffer, que eu considero rasas. Mas de novo, nunca o achei um diretor brilhante. Eu nem gostei do seu aclamado Follies. Mas relevo. Ainda recomendo Gigi pra uma noite agradável no teatro.

    “Não tem propósito” ou “Não tem objetivo” – foram coisas que as pessoas disseram ao sair do teatro. Eu vi. Odiei ter visto. Odiei ter ouvido. De algum modo, com o passar dos anos, andei discutindo com o agente de imprensa de Gigi, Jim Byk, sobre o quanto eu odeio essa sensação. Ele concordou. O propósito pode ser pra entreter. Porque tem que ter um propósito por trás disso? Mesmo assim em nossos corações parece que a gente precisa de um grande propósito. Talvez pelo alto preço dos ingressos. Talvez porque somos pretensiosos e gostamos de nos achar inteligentes. Mas pra mim está tudo bem se o propósito é só fazer as pessoas sorrirem.

    Esse remake de Gigi pode não ter outro propósito do que uma fonte de entretenimento – mas talvez seja o suficiente pra maioria da audiência. A multidão em minha volta, cheia de adolescentes e jovens maravilhados em uma noite de imprensa (Hudgens fãs, sem dúvida), pareciam estar gostando. Tem grandes números musicais, mas não tantos. Os dançarinos contam com vários talentos novos, que é sempre bom ver, e também alguns veteranos (o 9º espetáculo da Broadway de Cameron Adams e o 5º de Ashley Yeater). A produção é brilhante, com figurinos atraentes e um grande cenário. A orquestra soa maravilhosa e completa. Oferece ao publico uma chance de ver Dee Hoty numa perfeita forma humorada. O conjunto talvez não seja o melhor de Lerner & Loewe, mas é muito amável.

    Esse Gigi definitivamente não é um teatro revolucionário. Você não vai falar sobre isso com seus netos. Mas eu acho que muitas pessoas vão se entreter e se impressionar com o espetáculo no palco do Teatro Neil Simon.

    Clique aqui para conferir a review original.

    Tradução exclusiva do Vanessa Hudgens Brasil, se copiar não esqueça dos créditos!

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