• 31.12.2013
    Postado por Rachel Rosemberg

    Postamos anteriormente que Vanessa é a capa da edição de Fevereiro da revista Flare Canada. Recentemente, foram liberados os scans da revista, com a entrevista feita e algumas fotos da sessão fotográfica. Confira a entrevista completa traduzida por nossa equipe, juntamente com as fotos e scans logo abaixo:

    NO SET COM: Vanessa Hudgens
    QUANDO: 21 de novembro
    ONDE: Milk Studios, Nova Iorque

    O que você adoraria roubar do set da FLARE hoje?
    A gargantilha de metal.

    A atriz cuja carreira você mais admira é…
    Meryl Streep.

    Por que…
    A longevidade/versatilidade dela.

    Você consegue descrever um momento favorito da sessão?
    Assistir o David fazer poses para mim.

    Por qual causa você é mais apaixonada?
    Ajudar crianças. Elas são nosso futuro. Dar à elas esperança – Make-A-Wish/Unicef/Save The Children.

    Qual filme é sua inspiração fashion?
    Almost Famous (“Quase Famosos”, no Brasil).

    Vanessa Hudgens cortou seu cabelo, ganhou cerca de 7kg e desapareceu em seu moletom de capuz sujo para sua chocante transformação como uma adolescente fugitiva em Gimme Shelter. Tal sujeira estava em contraste com a lustrada estrela que entrou na Milk Studios, em Nova Iorque num tênis com plataforma de cortiça, calças jogging de couro e longas madeixas enroladas no mais alto dos coques. O estilo urbano próprio de Vanessa transitou perfeitamente para os anos 90 na sessão de fotos: nada de borboletas à vista, mas abundância de elegantes silhuetas e crop tops ousados. Frequentadora do Festival Coachella, Vanessa brincou de DJ, cantando M.I.A, Disclosure e Arcade Fire. Se era o choque de energia de seu café gelado Blue Bottle ou uma certa falta de medo adquirida em Spring Breakers , sua conexão com a câmera de David Roemer foi imediata, íntima, elétrica.

    Em Nova Iorque para visitar seu namorado Austin Butler, de The Carrie Diares, a nativa da Califórnia estava animada para voltar ao oeste com ele para os feriados. Depois dessa mudança de vida este ano, férias são extremamente merecidas.

    Ela foi tão boa na criminalidade orgástica de “Spring Breakers”, que até nos chocou; agora, ela comanda seu papel em “Gimme Shelter” como uma mãe adolescente fugitiva. Durga Chew-Bose descobriu como Vanessa Hudgens se transformou da garota doce em High School Musical para artes mais obscuras em um ano certeiro, sem perder seu brilho interior.

    O sorriso largo de Vanessa Hudgens brilha enquanto ela se movimenta rapidamente em um plié entre as fotos da sessão para a capa da FLARE no Milk Studios, em Nova Iorque. Um pouco antes, ela, de salto alto, se estica até o monitor para ver um pouco de suas fotos, elogiando-as com várias exclamações de aprovação.

    Mas quando a sessão acaba, ela exala uma atitude distintamente diferente. Com o cabelo puxado para trás, enfatizando o contorno agudo de suas bochechas, e usando uma jaqueta branco vivo da Tibi, Hudgens se transforma em uma mulher fatal dos anos 90 – uma conspiratória do Upper East Side de Cruel Intentions.

    Essa tensão entre seu eu natural – uma overdose doce de bons fluidos – e a recente facilidade em explorar papéis mais obscuros separa a jovem de 25 anos da safra de estrelas da Disney de 2000 até a virada da década, cujas mudanças em direção a atividades mais adultas muitas vezes parecem excessivamente forçadas ou terrivelmente entediantes. Enquanto suas colegas, como Ashley Tisdale, optaram por séries ou comédias dramáticas da marca CW, Hudgens retratou uma dançarina exótica e profissional do sexo, que fuma um cachimbo de crack antes de fazer uma “pole dance” no thriller de John Cusack e Nicolas Cage, The Frozen Ground (lançado em DVD em outubro passado). Em breve nos cinemas, ela está irreconhecivel com Apple, uma adolescente grávida fugitiva, em Gimme Shelter.

    “Eu não sei de onde vem, mas desde que eu era jovem, eu fiquei tão intrigada com a ideia de transformação”, Hudgens me conta alguns dias depois, entre mordidas de salada de quinoa vermelha e goles de kombucha. É uma cruel noite fria de novembro, e eu imprudentemente peguei a parte iluminada do teto de telhas de metrô do café Dean & Deluca, no piso térreo do prédio do New York Times para atender Hudgens, que chega vestida da cabeça aos pés em AllSaints, ocasionamente escondendo o rosto em um colete cinza peludo. “Naturalmente, eu estou predisposta a ser um pouco paranóica”, diz ela, explicando que, embora o café em que estávamos assuste-a, seria muito pior em Los Angeles, onde os paparazzi a seguem sem parar. “É por isso que eu amo Nova Iorque. Você pode apenas passear e ser tão livre!”

    Livre e feliz são adjetivos que Hudgens emprega liberalmente. A atriz e cantora vem, afinal, da ensolarada Califórnia, onde ela nasceu na pequena cidade de Salinas e cresceu em uma família muito unida de quatro pessoas, incluindo sua mãe filipina e a irmã mais nova, Stella, também atriz. Seus pensamentos vão muitas vezes para o que eu aprendi ser a sua assinatura, a sua risada: um desabrochar de Shirley Temple, no tipo humor doce. Mais tarde, procurei no Google “Vanessa Hudgens rindo” e descobri páginas e páginas de links, incluindo um medley de clips no YouTube que um fã adorável reuniu.

    Depois de alguns anos fazendo pequenas peças durante a sua adolescência, o papel de Hudgens como a aluna perfeita e tímida, Gabriella Montez, em High School Musical fez dela um nome familiar. A franquia Disney Channel provou ser tão popular que o estúdio lançou a terceira edição, O Ano da Formatura de 2008, que na sua semana de estreia se tornou a maior bilheteria para um musical de todos os tempos. Legiões de jovens fãs – e o resto de nós, obcecados por blogs de fofoca – também nos encantamos com os quatro anos de relacionamento fora das telas que Hudgens teve com seu companheiro em High School Musical, Zac Efron.

    Papéis mais brandos, familiares e com interesses amorosos em A Fera e Viagem 2: A Ilha Misteriosa seguiram (juntamente com o estranho mini-escândalo das fotos nua)… e, em seguida, Harmony Korine aconteceu. O roteirista e diretor (Kids, Gummo), escolheu Hudgens em Spring Breakers, seu bacanal cheio de neon e sexo de 2013, que se tornou um sucesso cult e espírito de época verdadeiro, um filme com mil peças de reflexão, uma coleção de cápsulas de Cerimônias de Abertura e inúmeras fantasias de Halloween. A escolha dos atores feita por Korine foi deliberada – e genial. “Eu acho que isso é parte do que é assustador no filme para as pessoas”, diz o co-star James Franco (que interpretou a caricatura de um traficante de drogas local) por telefone, de Vancouver. O papel mostrou Hudgens como uma jovem de biquini empunhando armas de fogo, chamada Candy, que vai parar na cadeia, faz sexo a três numa piscina e, finalmente tem uma vingança cheia de violência que lembra Scarface – isto é, se Al Pacino fosse vestir uma balaclava rosa e dançar valsa com uma semi-automática ao som de “Everytime”, de Britney Spears. A colega da Disney (e amiga de Hudgens), Selena Gomez, entrou também para o elenco, mas é dito que Hudgens (junto com Ashley Benson, de Pretty Little Liars) foi como a semente do mal, enquanto a personagem de Gomez, em pânico, foge do spring break e volta para casa em um ônibus pela metade do filme. “Vanessa e Ashley deram um salto de cabeça”, diz Franco. “São dois personagens que viveram por certas regras por tanto tempo, que não querem mais viver dessa forma e elas não estão muito preocupadas com as consequências.”

    Apesar de Spring Breakers ter sido liberado em 2013, a sua devassidão era meramente uma continuação do compromisso de Hudgens para projetos mais picantes. Gimme Shelter, dirigido por Ron Krauss e baseado em uma história verdadeira, foi gravado antes de Spring Breakers, quase dois anos e meio atrás. “Esse foi o primeiro passo de fé na minha vida adulta”, diz Hudgens sobre escolher o papel da adolescente sem-teto, Apple, cuja mãe (Rosario Dawson) é uma viciada em drogas e cujo pai (Brendar Fraser) é um corretor de Wall Street que a deixou e começou uma nova família. “Meu empresário e agente me disse: ‘Eu não sei se o projeto vai ser dessa forma'”, diz Hudgens. “Eu mandei um e-mail para o Ron e disse que eu precisava fazer isso com ele.”

    Gimme Shelter começa com Apple repetindo para si mesma: Eu não estou com medo. Eu posso fazer isso. Eu não estou com medo. Eu posso fazer isso. Hudgens queria ser tão destemida quanto suas contrapartes da vida real – ela arranjou um modo de viver em um abrigo para mães adolescentes durante duas semanas, a fim de se preparar para o papel e se encontrou com a mulher que inspirou a personagem Apple. “Todo mundo foi muito privado, em sua maioria”, diz ela. “Eu era a única curiosa para suas vidas.” Ela tirou lentamente a celebridade de alto brilho, ganhou cerca de 7 kg e um piercing de lábio falso, bem como camada após camada de roupas sujas e largas. No estágio final da metamorfose, a atriz cortou seu cabelo real na câmera para uma cena.”Quanto mais masculina e feia eu ficava, mas eu ficava animada”, diz Hudgens sobre seu desempenho, que transmite um desespero surpreendentemente cru e uma resistência feminina adolescente raramente vista no filme. Seu olhar é perseguido como Dawson cospe palavras venenosas a centímetros do rosto de Hudgens; ela bate o carro enquanto escapa rapidamente, uma dublê de Hudgens ajudou-a na cena. Ela até gostou do ritual de passagem para uma atriz, que é dar a luz em cena: “Os vasos sanguíneos do meu pescoço saltaram de tanta força que eu fazia ao empurrar.”

    Em locais perigosos de Nova Jersey (incluindo o abrigo onde Hudgens ficou), “estávamos filmando à noite nas ruas, onde eles tem tiroteios de gangues”, diz Krauss. “Os helicópteros voam sobre sua cabeça e é uma área muito perigosa, mas Vanessa nunca disse nada, nenhuma vez. Estava sempre a caráter. Ela se tornou a Apple e viveu o que o personagem viveu por alguns meses e eu nunca a chamei de Vanessa em todo o tempo que estava trabalhando com ela.”

    Hudgens comparou a experiência a um apagamento de si mesma. Emergir do papel era difícil. “Eu realmente não sabia quem eu era – Vanessa tinha ido embora e eu cheguei em casa e era um desastre completo”, diz ela. “Minha melhor amiga ainda fica tão preocupada quando fico pensando sobre esse dia, porque eu era apenas uma confusão. Eu não estava muito confortável em situações sociais e minha auto-estima foi lá pra baixo, eu não tinha cabelo e eu tinha ganhado todo esse peso, por isso, fisicamente, eu não me sentia atraente. E eu estava solteira.” Mas quando eu pergunto a Hudgens que medidas tomou para recalibrar seu descaramento, a faz dar um sorriso largo, levando suas bochechas para trás. “Extensões”, ela grita, então ri. “Impulso de confiança imediata!”

    Depois de toda aquela emoção, Hudgens estava pronta para a mudança. Seu próximo projeto é o horror/comédia mais leve, The Kitchen Sink. Os humanos que não podem ser vampiros e zumbis que se dão bem no enredo pode não ser de todo intelectual, mas Hudgens ainda tem claramente um dom para escolher projetos únicos – o roteiro de Kitchen Sink estava na lista negra de prestígio de roteiros melhores produzidos, e seus co-stars são os comediantes Bob Odenkirl (de Breaking Bad e Mr. Show Fame) e o mestre do stand-up, Patton Oswalt.

    Enquanto ela respeita a agenda lotada de sua grande amiga, Selena Gomez, as raízes da Costa Oeste de Hudgens deixam espaço para um pouco de tempo ocioso, do que encher sua agenda com projetos. Suas horas vagas normalmente incluem seu companheiro californiano Austin Butler, seu namorado, também ator, de mais de dois anos. Ultimamente ela tem ficado com ele em Williamsburg, NY, enquanto ele grava as cenas para sua série de TV, The Carrie Diaries.

    Hudgens é uma grande romântica. Tanto é assim que, apenas com a menção do Dia dos Namorados, seus olhos se iluminam, para rivalizar com a voltagem da iluminação do Dean & DeLuca. “É isso aí!”, ela grita. “Espero um bom jantar, ou um jantar emocionante e aventureiro. Espero coquetéis deliciosos ou vinho. Espero comer chocolate e espero ganhar flores.” Seu sorriso se alarga em conjunto com sua crescente lista de exigências do Dia dos Namorados. “É um dia em que você pode botar todo o seu amor para fora”, acrescenta ela em uma voz cantante impregnada dos seus dias de High School Musical. “Acho que quanto mais velha eu fico, mais conforto eu tenho com minhas atitudes infantis”, ela comenta. “Quando eu me permito deixar levar, eu sinto que tenho mais controle e mais canais se abrem para mim.”

     

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    Tradução & Adaptação: Vanessa Hudgens Brasil. Se copiar, dê os devidos créditos.

     

    Categorias: Entrevistas, Notícias

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